Criatividade e atendimento diferenciado para driblar a crise

Pesquisa aponta que estratégias personalizadas fizeram a diferença nas receitas das empresas

Com muita criatividade, Wagnilda Alves Minasi transformou o estacionamento que seria de um espaço de eventos em um Cine drive in, por alguns fins de semana. Devido a pandemia, com as salas de cinemas fechadas por tempo indeterminado, abriu-se a possibilidade de transformar a carência de um local para diversão, em oportunidade de negócio. “No Dia dos Namorados a sessão ficou lotada. A primeira semana foi para fortalecermos o serviço e dar rentabilidade para cerca de 20 empresas do setor de eventos. Além da receita oriunda com a entrada dos carros, estamos viabilizando espaços para publicidade para esse projeto e também alguns outros que já estamos preparando”, conta a empresária.

Como Wagnilda, alguns empresários fizeram mudanças no seu atendimento, na sua venda, na rotina do trabalho, etc, que os ajudaram a passar por esse período de crise. Quando questionados se o seu negócio implementou um plano de atendimento diferenciado ou um novo formato de produto/serviço durante a pandemia, 58% inferiram que sim, percentual superior ao inferido no mês de abril o qual correspondeu a 40%.

Dentre medidas de atendimento diferenciado, boa parte desses utilizaram de plataformas online, por meio da implantação de home office, atendimento remoto, utilizando e fortalecendo as estratégias com os dispositivos como: telefone, vídeo chamadas, WhatsApp, e-mail, site, e-commerce e outras mídias sociais, como Facebook  e o Instagram, além de potencializar  ou implantar o  delivery (para venda e entrega) de forma particular com marketing próprio, ou com o apoio de aplicativos com o iFood e Marketplace.

Para a economista, é interessante verificar que aqueles que tiveram retorno, fizeram estratégias e ações mais personalizadas, como atualização de cadastro de clientes, enviando promoções virtuais direcionadas em mídias sociais e usando o WhatsApp. “Ao todo, a maioria dos que ‘fizeram algo diferente’ tiveram uma percepção de retomada do seu faturamento, ratificando a importância dessa ação”, conta Augusta.

Entre as ações que foram efetivadas pelos empresários que fizeram alguma medida diferenciada na sua empresa, destacando o atendimento on-line como a principal medida. “Foi registrada uma tendência de queda menos acentuada do faturamento para quem conseguiu se diferenciar, ou seja, ‘fazer algo diferenciado’ está sendo importante para minimizar os efeitos no faturamento nesse período de pandemia”, explica a professora da UEPG.

Este foi o último relato da série iniciada no dia 8 de junho, baseada no segundo relatório da pesquisa elaborada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG), através de sua Câmara Técnica Permanente de Comércio e Serviços em parceria com o Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas (Nerepp), do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) que buscou mensurar os impactos da Covid-19 na estrutura econômica de Ponta Grossa. Os questionários foram respondidos por 468 empresas na primeira fase e por 273 na segunda. A etapa mais recente ocorreu entre os dias 19 e 28 de maio. O estudo analisou basicamente duas variáveis: Faturamento e Emprego.

O presidente do CDEPG, Wilson Oliveira, afirma que através dos dados levantados, o Conselho participará ativamente de um plano de retomada da economia local, com a expertise técnica dos conselheiros e membros das Câmaras Técnicas. “Estes dados nos nortearão para darmos nossa contribuição baseada em evidências estatísticas de quais setores deverão receber maior atenção, auxiliando na promoção da retomada do desenvolvimento da economia, pós-pandemia”, afirma Oliveira.

O Relatório da pesquisa sobre os impactos da Covid-19 na economia e os impactos na indústria em Ponta Grossa estão disponíveis nos endereços:

Relatório comércio e serviços

https://cdepg.org.br/wp-content/uploads/2020/06/Relatorio-Con.-des.-2-finalizado-1-2.pdf

Impactos na indústriahttps://cdepg.org.br/wp-content/uploads/2020/06/impacto-industria-maio-de-2020-1-1.pdf